domingo, 27 de janeiro de 2019

Lira Itabirana

Resultado de imagem para Brumadinho

Começou com um texto assinado pela jornalista Mariana Filgueiras no jornal O Globo no dia 15 de novembro de 2015. Ao recuperar obras literárias e musicais que já haviam abordado a paisagem e as águas do agora destruído Rio Doce, a reportagem evocava, entre outras canções, versos e trechos de prosa, um poema de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), Lira Itabirana. Fotografado diretamente da edição do jornal, tornou-se viral devido ao caráter "profético" de suas palavras:


I

O Rio? É doce.
A Vale? Amarga.
Ai, antes fosse
Mais leve a carga.

II

Entre estatais
E multinacionais,
Quantos ais!

III

A dívida interna.
A dívida externa
A dívida eterna.

IV

Quantas toneladas exportamos
De ferro?
Quantas lágrimas disfarçamos
Sem berro?

Publicado em 1984 no jornal Cometa Itabirano, o poema não chegou a ganhar versão subsequente em livro - o que levou alguns portadores de antologias de poemas do autor a, em um primeiro momento, duvidar da autenticidade da citação, mas os versos são mesmo de Drummond.
Escrito em um período em que a dívida externa era um fantasma no horizonte de qualquer tentativa de crescimento no Brasil, Lira Itabirana, com versos curtos e diretos que buscam inspiração nas quadras da poesia popular, faz a comparação entre a atividade mineradora incessante e lucrativa e a dívida "eterna" do país, pouco aplacada mesmo com as toneladas de ferro exportado.Apesar do aparente tom antecipatório, ele apenas reitera alguns elementos com que o poeta mineiro trabalhou ao longo de toda sua carreira: crítica social e política aliada à evocação nostálgica de uma Minas Gerais que já não existia. Lira Itabirana é apenas um dos exemplos de poemas nos quais Drummond refletia, entre melancólico e alarmado, com os efeitos da mineração em seu Estado natal. Qualquer deles, agora, poderia ser relembrado com o mesmo caráter assombroso.
Não é de estranhar que Drummond fale da Vale em Lira Itabirana. Ambos são conterrâneos. Itabira, a cidade a 104 quilômetros de Belo Horizonte em que Drummond nasceu, em 1902, foi a mesma em que surgiu a Companhia do Vale do Rio Doce, em 1942. Antes disso, nos séculos 18 e 19, a cidade já havia passado por ciclos de mineração de ouro, em pequenas empreitadas sustentadas principalmente por mão de obra escrava. O ouro na região, contudo, era menos abundante do que em outras cidades mineiras, e por isso Itabira não experimentou grande crescimento econômico. O próprio Drummond identificava-se, na saudosa crônica Vila da Utopia, como um "filho da mineração", como todo Itabirano:"Parecia-me que um destino mineral, de uma geometria dura e inelutável, te prendia, Itabira, ao dorso fatigado da montanha, enquanto outras alegres cidades, banhando-se em rios claros ou no próprio mar infinito, diziam que a vida não é uma pena, mas um prazer. A vida não é um prazer, mas uma pena. Foi esta segunda lição, tão exata como a primeira, que eu aprendi contigo, Itabira, e em vão meus olhos perseguem a paisagem fluvial, a paisagem marítima: eu também sou filho da mineração, e tenho os olhos vacilantes quando saio da escura galeria para o dia claro."



domingo, 6 de janeiro de 2019

Simpatia dos Santos Reis



cópia de CD_revelion2016_02

É muito popular a simpatia da romã no dia de Reis e todo mundo adora uma simpatia para ter prosperidade durante o ano. Aprendi recentemente com uma cliente o ritual da romã, que deve ser feito todo dia de Reis, logo após as festas de final de ano. Neste dia 6 de janeiro resolvi repetir o que aprendi, montando um lindo arranjo de romãs e chamando as amigas mais queridas para fazermos juntas – nada mais do que uma desculpa para nos encontrarmos e desejar um bom ano novo umas às outras e brindar com um prossecco.
Vejam como funciona:
No Dia de Reis, dia 6 de janeiro, pegar uma romã e retirar 9 sementes pedindo aos 3 Reis Magos, Baltazar, Belchior e Gaspar que nesse ano que se inicia você tenha muita saúde, amor, paz, dinheiro.
Das nove sementes, pegue 3 e guarde num saquinho confeccionado com pano vermelho ou mesmo papel. Essas 3 sementes deverão ficar dentro da carteira para nunca faltar dinheiro.
As outras 3 você engole e as 3 últimas que sobraram devem ser jogadas pra trás ao tempo em que se faz o pedido que desejar. Diz-se que essa simpatia infalível, pois a pessoa pode não ficar rica, mas na sua carteira vai ter sempre algum dinheiro.


O Dia de Reis

Imagem relacionada

O Dia de Reis, segundo a tradição cristã, seria aquele em que Jesus Cristo recém-nascido recebera a visita de "alguns magos do oriente" (Mateus 2:1) que, segundo o hagiológio, foram três Reis Magos, e que ocorrera no dia 6 de janeiro. A noite do dia 5 de janeiro e madrugada do dia 6 é conhecida como "Noite de Reis".A data marca, para os católicos, o dia para a veneração aos Reis Magos, que a tradição surgida no século VIII converteu nos santos Melchior, Gaspar e Baltazar. Nesta data, ainda, encerram-se para os católicos os festejos natalícios - sendo o dia em que são desarmados os presépios e por conseguinte são retirados todos os enfeites natalícios.
Oração aos Reis Magos
Ó amabilíssimos Santos Reis, Baltazar, Melquior e Gaspar! Fostes vós avisados pelos Anjos do Senhor sobre a vinda ao mundo de Jesus, o salvador, e guiados até o presépio de Belém de Judá, pela divina estrela do céu.
Ó amáveis Santos Reis, fostes vós os primeiros a terem a ventura de adorar, amar e beijar a Jesus menino, e oferecer-lhe a vossa devoção e fé, incenso, ouro e mirra. Queremos, em nossa fraqueza, imitar-vos, seguindo a estrela da verdade.
E descobrindo a menino Jesus, para adorá-lo. Não podemos oferecer-lhe ouro, incenso e mirra, como fizestes. Mas queremos oferecer-lhe o nosso coração contrito e cheio de fé católica. Queremos oferecer-lhe a nossa vida, buscando vivermos unidos à sua Igreja. Esperamos alcançar de vós a intercessão para receber de Deus a graça que tanto necessitamos.




sábado, 5 de janeiro de 2019

O Dia de Reis na França

Prove: Bolo-Rei, o tradicional bolo de Natal - 4

No dia 6 de janeiro os cristãos do mundo todo comemoram o Dia de Reis. Ele é chamado de Épiphanie ou dia de reis na França. Nesse dia, segundo a tradição, os três reis magos teriam vindo visitar o recém-nascido Jesus. No Brasil este dia é comemorado com uma grande festa, conhecida como Folia de Reis. Na França, este dia é celebrado com com uma torta conhecida como Galette des Rois. Esta torta contém um pequeno brinde dentro, conhecido como fève. A tradição diz que a pessoa que tirar o pedaço que contém a fève será coroado o rei. Estas tortas acompanham uma pequena coroa de papel para coroar o rei, que deverá ser o responsável por oferecer a próxima galette. A tradição também diz que a pessoa mais jovem deve se esconder embaixo da mesa e escolher os pedaços que cada um deverá ganhar.
Esta galette tem diversas variações em cada região da França. Originalmente, é feita de massa folhada levemente dourada ao forno, acompanhada por geléia de diversos sabores. No sul da França, a galette des rois é um tipo de brioche em forma de coroa e coberto com frutas secas.A galette des rois é um produto facilmente encontrado nos supermercados nessa época do ano. Cerca de 80% das galettes consumidas nessa época são industrializadas. A fève encontrada dentro das galettes são feitas em porcelana (já que a galette geralmente é aquecida no forno antes de ser cortada) e pode ter diversas formas, o que atrai os colecionadores (sim, eles existem e podem chegar a pagar até 2000 euros por uma fève rara).


sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

História da fava do Bolo de Reis

Prove: Bolo-Rei, o tradicional bolo de Natal - 5

Já a fava que estava tradicionalmente dentro do bolo está associada a várias lendas.
Segundo consta, quando os três Reis Magos seguiam a estrela cadente para ir honrar o menino Jesus, discutiram sobre quem devia ser o primeiro a entregar o presente. Pelo caminho encontraram um padeiro que para acabar com o conflito, confecionou um bolo e escondeu uma fava no seu interior. Ao Rei Mago que calhasse a fatia do bolo que continha a fava era o primeiro a entregar o presente. Esta história só peca por não desvendar qual foi o Rei Mago vencedor.
No entanto, há uma explicação mais histórica: os romanos utilizavam a técnica da fava escondida nos banquetes onde era eleito o Rei da Festa. Esta prática terá tido origem num jogo de crianças que consistia em escolher o rei do grupo, tirando-o à sorte com as favas. Terá evoluído posteriormente para os adultos, que passaram a usar as favas para votar nas assembleias.
Para além destas histórias, há mais uma a salientar: há anos atrás, a tradição ditava que os cristãos deveriam comer 12 Bolos-Reis, entre o Natal e o Dia de Reis, festa que muito cedo começou a ser celebrada na corte dos Reis de França. Aliás, este bolo teve origem muito provavelmente neste país, sob o comando de Luís XIV, para as festas de Ano Novo e de Dia de Reis e, mais tarde, adaptado e aprimorado em Portugal.
Com a Revolução Francesa de 1789, este doce foi proibido em França mas como era tão bom e o negócio era tão apetecível, começou a ser comercializado com o nome de Gâteau des San-Cullottes.
Em Portugal, com a instauração da República, também tentaram eliminar este bolo das mesas natalícias mas ele mantém-se um verdadeiro Rei ainda na atualidade.



quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Celebração da Vida!

Imagem relacionada

Comemoro meu aniversário, pois acredito na celebração da vida. Quando o celebro, sinto que estou retribuindo a Deus o presente da vida que me foi concedido, com alegria e gratidão por tudo de maravilhoso que acontece todos os dias. Sempre comemoro; às vezes com bolinho, e às vezes, com festão. Comemorar meu aniversário alimenta a alma e me garante bons momentos de recordação. E isso, eu adoro!!!






terça-feira, 1 de janeiro de 2019

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA O 52º DIA MUNDIAL DA PAZ (1º DE JANEIRO DE 2019)

Imagem relacionada

«A paz esteja nesta casa!»

Jesus, ao enviar em missão os seus discípulos, disse-lhes: «Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: “A paz esteja nesta casa!” E, se lá houver um homem de paz, sobre ele repousará a vossa paz; se não, voltará para vós» (Lc 10, 5-6).

Oferecer a paz está no coração da missão dos discípulos de Cristo. E esta oferta é feita a todos os homens e mulheres que, no meio dos dramas e violências da história humana, esperam na paz.[1] A «casa», de que fala Jesus, é cada família, cada comunidade, cada país, cada continente, na sua singularidade e história; antes de mais nada, é cada pessoa, sem distinção nem discriminação alguma. E é também a nossa «casa comum»: o planeta onde Deus nos colocou a morar e do qual somos chamados a cuidar com solicitude.

Eis, pois, os meus votos no início do novo ano: «A paz esteja nesta casa!»